domingo, 3 de novembro de 2013

Jogos polifônicos


Escreverei movimentos  que trarão para o mundo uma magia de renovação. Tenho tanto a dizer! Essa é a sensação. Mas silencio eternamente. Se produzo silêncio através de meu barulho incoerente, é porque nunca saberei trilhar um caminho de paz, alegria e amor.
A solidão se liquefaz e traz para mim uma perspectiva de uma incessante falta de realização. O silêncio será a dignidade da minha esperança no futuro.


As palavras são a porta de entrada mais assídua à realização do discursos polifônicos do cotidiano. Expressar parece ser uma eterna necessidade dos seres linguajeiros que  convivem com a multiplicidade do discursos humanos  por intermédio de uma avalanche sentimental e comportamental. Há uma tentativa de utilizar a sedutora propaganda das abordagens de saúde que enaltece o vocábulo da PREVENÇÃO, mas nunca sabemos, ou melhor, nunca nos blindamos contra os distúrbios causados pelas palavras do nosso ambiente alheio e dos nossos ambientes semelhantes. Esses ambientes são realizações dispares e similares em um movimento uníssono de singularidade e pluralidade.
Se uma palavra traz polifonia, imagine frases e orações organizadas em textos, livros. A polifonia em palavras silenciosas pode até ter  uma coerência mais significativa, pois quando lemos, quando interpretamos arriscamos a viver a compreensão por uma referência maior. Vivemos  na tentativa de compreender tudo que nos circunda, por mais insignificante que algo possa parecer.
A linguagem nos deixou a sequela de querer ter a origem de tudo e de todos. Tentamos saber a origem e causa das ações, das ausências, das metamorfoses de todo os anseios existenciais.
Por não identificar os inícios dos movimentos, renovamos as origens das coisas e das pessoas. Entramos incessantemente no círculo vicioso das classificações e explicações coerentes. Compartilhamos dos jogos polifônicos e classificamos a polifonia em diversos graus de matizes.

Polifonia discursiva: a argumentação sobre tudo.
Polifonia interpretativa: o pensamento de compreensão de qualquer movimento.
Polifonia elucidativa: o saber do esclarecimento de si e do outro.
Polifonia argumentativa: a organização sequenciada da elucidação.
Polifonia existencial: entre o homem e a mulher a diversificação nas expressões faciais.
Polifonia silenciosa: as reflexões do silêncio em todas as ações mundanas.
Polifonia singular: a diversidade em mim é diferente entre todos.


A polifonia é a construção de qualquer ser humano. Ser polifônico é  a nossa condição. Nossa origem é construída desta expressão. Temos no início, a diversidade. No meio, o barulho de toda pluralidade. E no fim, a inexistência do singular em estado bruto, pois o IT na vida é apenas uma metáfora em pleno uso.

Mas, afinal, o que é a vida nos jogos polifônicos?

A vida é um líquido com abordagens sólidas que se evapora cotidianamente.   


Rave de Ranoli 

Nenhum comentário: