Se
eu nunca planejei conhecer você, por que resolvi te amar? Já tentei, já insisti,
já desisti de conviver com você quatro vezes.* Lutei até ontem na tentativa de
ter você no mundo do esquecimento, mas esquecer você é uma arte que jamais
aprendi na vida. Meu esquecimento é apenas uma simples matéria de silêncio.
Silenciar tem sido o único aprendizado elaborado na minha vivência. Silêncios
acompanhados por lágrimas para um mundo de palavras expressas para seres
chamados de gavetas, guarda-roupa, cômoda, mesa, estante, pen drive e páginas de blogs
em internet com assinatura alheia. Meus pensamentos já sinalizaram uma
provável compensação do teu amor, porém você lembra que te falei de uma crença
numa tal reciprocidade? Ainda continuo a alimentar essa idealização de amor
romântico de Tristão e Isolda e de diversos anônimos que não tiveram
reconhecimento universal de admiração ou contemplação no campo do amor, mas encontraram reciprocidade de
carinho, afeto e felicidade em compartilhar vida com outra pessoa. Amar no
anonimato também é amar. E para concluir esta composição, gostaria de avisar a você por mais uma vez: nunca mais irei explodir; reivindicar e exigir a tua
companhia, pois exigências não combinam com a ação de amar. Amarei você nos
silêncios da vida diária e terei você para toda a eternidade nos pensamentos.
Rave de
Ranoli
*Quando você quiser e desejar
algo intensamente faça o favor de desistir dessa vontade. Desista uma vez.
Desista outra. Volte a desistir. Se na quarta vez você teve força para
continuar vencendo as desistências, siga forte no seu objetivo e nunca mais
desista.
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