Quando
partimos de alguma referência para analisar o ser humano, já perdemos algo no
processo de conceituação. Tudo isso é a vontade. Vontade transformada em
necessidade de universalizar o ser no mundo através do nosso contexto
particular. Repetimos diariamente no pensamento as seguintes palavras: “meus
passos precisam da coerência e da cadência alheia para significar”. Dizemos que
o outro traz incomodo, alegria e torna o nosso ser mais que uma realização
contraditória. Esperamos sempre do
outro, somos para o outro, relacionamos com todos e temos a sensação de nunca
saber o código que nos decifra. Existirá, de fato, esse código? Vivemos numa
busca desenfreada por entendimento com objetivos de organizar o caminho dos
outros e produzimos concomitantemente nossos esquecimentos. Mas, às vezes, nos nossos pensamentos
incertos, há o aparecimento da seguinte visão: “se eu encontrar a mim, saberei
o que o outro precisa.” Será tão simples assim? Outras vezes, ampliando as
nossas inferências, atribuímos que a falta de importância no mundo do simples é
um dos maiores atributos na nossa expressão cotidiana. Percebemo-nos seres de
caos vivendo em uma atmosfera organizada. Constatamos que a difusão nos
constitui, mas ela não é a nossa plenitude, pois o querer pleno é apenas uma
tentativa de simbolização sofisticada encontrada pelo ser humano para suprir
algo que não pode ser contemplado. O que o ser humano quer do mundo? Você, ser
humano, o queres? O que queremos escrever e dizer nesta composição? Nossa
resposta, no momento, será a seguinte: queremos utilizar metáforas destituídas
de problematização no esboço da nossa existência.
Rave
de Ranoli
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