quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Reivindicando o fluir da existência.






Uma criança, de sete ou oito anos de idade, indagava a avó sobre a fixação de um nome para a eternidade. Ela falava sobre o bairro de Nova Descoberta. Ela exigia mudança desse bairro urgentemente. O bairro, na concepção da criança, deveria ser chamado de Velha Descoberta, pois dede criancinha o lugar cultivava o mesmo nome.
Ela fez a seguinte pergunta para sua avó:
- "Como algo pode ser chamado de novo depois de um longo tempo?"
 A avó riu e disse:
- "Você não pode mudar o nome do bairro. Nem tudo na vida pode ter uma realização efêmera. Precisamos, mesmo que poucas coisas, de algumas fixações na vida."
 A criança, insatisfeita pela não possibilidade de mudança, exclamou: 
“Eu chamarei a partir de agora esse bairro de Velha Descoberta! O velho nunca pode viver como o novo”.
É muito interessante ver uma criança reivindicando um pouco de vida.   Mas reivindicar a mudança para Velha Descoberta não seria uma fixação no fluir existencial? Não seria uma definição permanente? Mas talvez, em outra configuração temporal, outra criança, vivendo e pertencendo a um tempo diferenciado, reivindicaria o nome do bairro para Mais Velha Descoberta ou a Antiga Nova Descoberta. Assim o fluir seguiria seu fluxo impermanente. Penso que é melhor permanecer com o nome de Nova Descoberta e ficar apenas com a possibilidade de descobrir algo novo no fluir permanente da vida.
Rave de Ranoli

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