Uma criança, de sete ou oito anos de idade, indagava a avó sobre a
fixação de um nome para a eternidade. Ela falava sobre o bairro de Nova
Descoberta. Ela exigia mudança desse bairro urgentemente. O bairro, na
concepção da criança, deveria ser chamado de Velha Descoberta, pois dede
criancinha o lugar cultivava o mesmo nome.
Ela fez a seguinte pergunta para sua avó:
- "Como algo pode ser chamado de novo depois de um longo
tempo?"
A avó riu e disse:
- "Você não pode mudar o nome do bairro. Nem tudo na vida pode ter
uma realização efêmera. Precisamos, mesmo que poucas coisas, de algumas
fixações na vida."
A criança, insatisfeita pela não possibilidade de mudança,
exclamou:
“Eu chamarei a partir de agora esse bairro de Velha Descoberta! O velho nunca pode
viver como o novo”.
É muito interessante ver uma criança reivindicando um pouco de
vida. Mas reivindicar a mudança para
Velha Descoberta não seria uma fixação no fluir existencial? Não seria uma
definição permanente? Mas talvez, em outra configuração temporal, outra
criança, vivendo e pertencendo a um tempo diferenciado, reivindicaria o nome do
bairro para Mais Velha Descoberta ou a Antiga Nova Descoberta. Assim o fluir
seguiria seu fluxo impermanente. Penso que é melhor permanecer com o nome de
Nova Descoberta e ficar apenas com a possibilidade de descobrir algo novo no
fluir permanente da vida.
Rave de Ranoli
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